fevereiro 20, 2006

Introspectivas

# 2

Espreito cá para dentro
e sinto vertigens:

Um abismo imenso
profundo,
densamente vazio

que vejo que sou

Onde habitam os meus
fantasmas.

Ouço-lhes os gritos,
Sinto-lhes as mágoas -
pensam que os esqueci.

Ao tempo que vivem em mim
alimentando-se da alma,
Anafados e gordos,
consomem-me à colherada
numa chinfrineira sem fim.

Esquecê-los,
jamais esqueci.
Cada vez mais esvaziada
que estou.