fevereiro 13, 2006

Deixa a mão..

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Deixa a mão
caminhar
perder o alento
até onde se não respira.
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Deixa a mão
errar
sobre a cintura
apenas conivente
com nácar da língua.
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Só um grito desde o chão
pode fulminá-la.
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A morte
não é um segredo
não é em nós um jardim de areia.
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De noite
no silêncio baço dos espelhos
um homem
pode trazer a morte pela mão.
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Vou ensinar-te como se reconhece
repara
é ainda um rapaz
não acaba de crescer
nos ombros
a luz
desatada
a fulva
lucidez dos flancos.
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A boca sobre a boca nevava.
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by Eugénio de Andrade