julho 18, 2006

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Modo de amar – V
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Docemente amor
ainda docemente
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o tacto é pouco
e curvo sob os lábios
e se um anel no corpo
é saliente
digamos que é da pedra
em que se rasga
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Opala enorme
e morna
tão fremente
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dália suposta
sob o calor da carne
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lábios cedidos
de pétalas dormentes
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Louca ametista
com odores de tarde
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Avidamente amor
com desespero e calma
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as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros
numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
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Ferozmente amor
com torpidez e raiva
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as ancas descendo como cabras
tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas
que se abrem
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E logo os ombros
descaem
e os cabelos
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desfalecem as coxas que retomam
das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam
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Suavemente amor
agora velozmente
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os rins suspensos
os pulsos
e as espáduas
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o ventre erecto
enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas
by Maria Teresa Horta