junho 08, 2004

Submersos nas águas profundas dos pensamentos
acabamos por esquecer a vontade, de que nos apercebemos
quando uma pedra cai no charco e abala o nosso equilíbrio.
Mergulha-se fundo e mais fundo, para que a próxima pedra
abale só a superfície. Mais fundo e mais fundo,
até que deixamos de ser nós.

Eu não sei quem me perdeu
se tu, se eu.

Começo a não lembrar das palavras; talvez seja melhor esquecê-las até..
..Até ao dia em que regresse a vontade de acordar em mim o poeta.
O poeta que procura aquele sorriso solto, que aparece quando nos sentimos
livres e donos de nós.
Já foram mais de 3 anos parada num tempo que quer à força, ser dono
de mim.
Procuro-me de novo,
num tempo distante
e tento lá chegar.
Corpo marcado pelas inconstâncias sucessivas
Alma torturada pelas bocas amargas
profetas de palavras mal medidas..
Passo ante passo,
fixa naquele ponto lá ao fundo
que me faz andar
seguida pelo sonho
e o poder de acreditar.