julho 25, 2006

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Meu Pecado Original
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"temptation" by Christina Hope

.. o início de tudo.

1
Modo de amar – I
1
Lambe-me os seios
desmancha-me a loucura
1
usa-me as coxas
devasta-me o umbigo
1
abre-me as pernas
põe-nas nos teus ombros
1
e lentamente faz o que te digo:
1
by Maria Teresa Horta

julho 24, 2006

1
Modo de amar – II
1
"reclining nude" by Amedeo Modigliani
1
Por-me-ás de borco,
assim inclinada...
1
a nuca a descoberto,
o corpo em movimento...
1
a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo...
1
Por-me-ás de borco;
Digo:
ajoelhada...
1
as pernas longas
firmadas no lençol...
1
e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos como quem consome...
1
(Por-me-ás de borco,
assim inclinada...
1
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)
1
by Maria Teresa Horta

julho 20, 2006

1
Modo de amar – III
1
É bom nadar assim
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas já dentro do meu
1
Ambos piscinas que a nado atravessamos
de costas tu meu amor
de bruços eu
.
by Maria Teresa Horta
(:)

julho 19, 2006


1
Modo de amar – IV
1
Encostada de costas
ao teu peito
1
em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado
1
ambos de pé
formando lentos gestos
1
as sombras brandas
tombadas no soalho

by Maria Teresa Horta

"carousel" by Michel Pilon

julho 18, 2006

1
Modo de amar – V
1
Docemente amor
ainda docemente
1
o tacto é pouco
e curvo sob os lábios
e se um anel no corpo
é saliente
digamos que é da pedra
em que se rasga
1
Opala enorme
e morna
tão fremente
1
dália suposta
sob o calor da carne
1
lábios cedidos
de pétalas dormentes
1
Louca ametista
com odores de tarde
1
Avidamente amor
com desespero e calma
1
as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros
numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
1
Ferozmente amor
com torpidez e raiva
1
as ancas descendo como cabras
tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas
que se abrem
1
E logo os ombros
descaem
e os cabelos
1
desfalecem as coxas que retomam
das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam
1
Suavemente amor
agora velozmente
1
os rins suspensos
os pulsos
e as espáduas
1
o ventre erecto
enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas
by Maria Teresa Horta

julho 17, 2006


1
Modo de amar – VI
1

"first light" by Christina Hope


Inclina os ombros
e deixa
que as minhas mãos avancem
na branda madeira
1
Na densa madeixa do teu ventre
1
Deixa
que te entreabra as pernas
docemente
1
by Maria Teresa Horta
1

julho 14, 2006

1
Modo de amar – VII
1
Secreto o nó na curva
do meu espasmo
1
E o cume mais claro
dos joelhos
que desdobrados jorram dos espelhos
1
ou dos teus ombros os meus:
flancos
na luz de maio
.
by Maria Teresa Horta

julho 13, 2006

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Modo de amar – VIII
1
Que macias as pernas
na penumbra
1
e as ancas
subidas
nos dedos que as desviam
1
Entreabro devagar
a fenda – o fundo
a febre
dos meus lábios
1
e a tua língua
Vagarosa:
1
toma – morde
lambe
essa humidade esguia
1
by Maria Teresa Horta
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"sitting woman with her leg bent" by egon schiele

julho 12, 2006

1
Modo de amar – IX
1
Enlaçam as pernas
as pernas
e as ancas
1
o ar estagnado
que se estende
no quarto
1
As pernas que se deitam
ao comprido
sob as pernas
1
E sobre as pernas vencem o gemido
1
Flor nascida no vagar do quarto
.
by Maria Teresa Horta
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"etherea couple" by Karin Rosenthal

julho 10, 2006

1
Modo de amar – X
1
A praia da memória
a sulcos feita
a partir da cintura:
1
a boca
os ombros
1
na tua mansa língua que caminha
a abrir-me devagar
a pouco e pouco
1
Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca repousada
que inclinas
as pernas retesadas que levantas
1
E logo
são os dentes que limitam
1
mas logo
estão os lábios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre
1
o vínculo do vento
a vastidão do tempo
1
o vício dos dedos
no cabelo
1
E o rigor dos corpos
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los
.
by Maria Teresa Horta

julho 07, 2006

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Modo de amar – XI
((Teu) Baixo ventre)
1
Nunca adormece a boca no
teu peito
1
a minha boca no teu baixo
ventre
a beber devagar o que é
desfeito
1
by Maria Teresa Horta

julho 06, 2006

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Modo de amar – XII
(Os testículos)
1
Tenho nas mãos
teus testículos
e a boca já tão perto
1
que deles te sinto
o vício
num gosto de vinho aberto
.
by Maria Teresa Horta

julho 04, 2006

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Modo de amar – XIII
(As pedras – As pernas)
1
São as pedras
meus seios
São as pernas
1
pele e brandura
no interior dos
lábios
1
rosa de leite
que sobe devagar
na doce pedra
do muco dos meus lábios
1
São as pedras
meus seios
São as pernas
1
Pêssegos nús corpo
descascados
1
Saliva acesa
que a língua vai cedendo
1
o gozo em cima...
na pedra dos meus
lábios
1
Jogo do corpo
a roçar o tempo
que já passado só se de memória,
a mão dolente
como quem masturba entre os joelhos...
uma longa história...
1
Estrada ocupada
onde se vislumbra
(joelhos desviados na almofada )
.
assim aberta o fim de que desfruta
o fruto do odor
o fundo todo
do corpo já fechado.
.
by Maria Teresa Horta
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"Temptation" by V. Plotnikov

julho 03, 2006

Modo de amar – XIV
(As rosas nos joelhos)
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São grinaldas de rosas
à roda
dos joelhos
.
O âmbar dos teus dentes
nos sentidos
.
O templo da boca
no côncavo do espelho
onde o meu corpo espia
os teus gemidos
.
É o gomo depois...
e em seguida a polpa...
.
o penetrar do dedo...
O punho do punhal
.
que na carne enterras
docemente
como quem adormenta
o que é fatal
.
É a urze debaixo
e o fogo que acalenta
o peixe
que desliza no umbigo
.
piscina funda
na boca mais sedenta bordada a cuspo
na pele do umbigo
.
E se desdigo a febre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre
.
que vai vencendo
as rosas – os escolhos
à roda dos joelhos, docemente.
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by Maria Teresa Horta