dezembro 29, 2004

- Em cada Novo Ano -

Nova linha de chegada
outro ponto de partida..
Futuro de curto prazo
que se escreve lá mais à frente.



Injectam-se os planos, de esperança
tornam-se novas,
as vontades
Reafirmam-se desejos de mudança
esperando tornar novas,
as qualidades.

"É este ano que vamos tornar-nos bons.."- dizemos
procurando castrar os demónios
que não nos deixam em paz..
Façamos Ano Novo
todos os dias..
E comecemos a fazer as coisas
que em cada novo ano prometemos
que nenhum de nós faz..

Reavivem-se os sonhos :)



dezembro 23, 2004

- Feliz Natal -


little tree by Shiele

dezembro 20, 2004

- Há dias que te escolhem -

Há dias que te escolhem
e te põem no meu pensamento
e o que está dormindo, acorda

o que está fora,
vira-se para dentro

e não consigo pensar em mais nada
que não seja em ti.

A rádio só passa as canções
que nos juntam
em foto-memória
de adocicado momento..

E se por acaso ouço o teu nome de outra boca..
Arrepio-me, fico louca
como se fosse
a primeira vez que ouvisse..

- "Devo estar a endoidecer.."

dezembro 15, 2004

- uns -

uns vão
uns tão
uns são
uns dão
uns não
uns hão-de


uns pés
uns mãos
uns cabeça
uns só coração
uns amam
uns andam
uns avançam
uns também

uns cem
uns sem
uns vêm
uns têm
uns nada têm
uns mal
uns bem
uns nada além
nunca estão todos

uns bichos
uns deuses
uns azuis
uns quase iguais
uns menos
uns mais
uns médios
uns por demais

uns masculinos
uns femininos
uns assim
uns teus
uns ateus
uns filhos de Deus
uns dizem fim
uns dizem sim
e não há outros.

by Caetano Veloso

dezembro 13, 2004

- The Fall -


by e. p. Posted by Hello

dezembro 09, 2004

- Beija-me -

como é que sabemos o quanto gostamos de alguém?

como é que sabemos que não gostamos mais de alguém?

como é que sabemos que o amor foi embora?

como é que sabemos que ainda amamos alguém?

E de que vivem os amores que não são alimentados?

dezembro 07, 2004


by e. p. Posted by Hello

- Eu não sei quem te perdeu -

Quando veio,
mostrou-me as mãos vazias,
as mãos como os meus dias,
tão leves e banais.

E pediu-me
que lhe levasse o medo,
eu disse-lhe em segredo:
“Não partas nunca mais.”

E dançou,
rodou no chão molhado,
num beijo apertado
de barco contra o cais.

(...)

Abraçou-me
como se abraça o tempo,
a vida num momento
em gestos nunca iguais.

E parou,
cantou contra o meu peito,
num beijo imperfeito
roubado nos umbrais.

E partiu,sem me dizer o nome,
levando-me o perfume
de tantas noites mais. ..

by P. Abrunhosa

dezembro 02, 2004

- absentsensed -


by e. p. Posted by Hello